segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Israel X Palestina

Vá lá, um post sério. Muito sério. Para algumas amigas minhas é decepcionante que eu, que sou tão palhaça, tenha um blog tão sério...rsrs. Mas enfim, não consigo não comentar o que está acontecendo na Palestina nesse momento. 17 dias de uma guerra injusta, covarde, que atende a interesses que ferem tanto muçulmanos quanto judeus. Assim como os muçulmanos não merecem as atrocidades que sofrem, grande parte dos judeus não merece que toda uma comunidade seja confundida com alguns assassinos sem mãe que dizimam dia a dia os palestinos.

Vão aqui dois textos que achei navegando por aí. O primeiro soube pelo fórum Valinor, o segundo pelo blog do meu tio.

Um que mostre o lado palestino...
Doze regras de redação da Mídia americana quando a noticia é do Oriente Médio

1) No Oriente Médio são sempre os árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se represália.

2) Os árabes, palestinos ou libaneses não tem o direito de matar civis. Isso se chama "terrorismo" .

3) Israel tem o direito de matar civis. Isso se chama "legitima defesa".

4) Quando Israel mata civis em massa, as potencias ocidentais pedem que seja mais comedida. Isso se chama "Reação da Comunidade Internacional" .

5) Os palestinos e os libaneses não tem o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isto se chama "Sequestro de pessoas indefesas."

6) Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos palestinos e libaneses desejar. Atualmente são mais de 10 mil, 300 dos quais são crianças e mil são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades eleitas democraticamente pelos palestinos. Isto se chama "Prisão de terroristas" .

7) Quando se menciona a palavra "Hezbollah", é obrigatória a mesma frase conter a expressão "apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã".

8) Quando se menciona "Israel", é proibida qualquer menção à expressão "apoiada e financiada pelos EUA". Isto pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo de existência.

9) Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões "Territórios ocupados", "Resoluções da ONU", "Violações dos Direitos Humanos" ou "Convenção de Genebra".

10) Tanto os palestinos quanto os libaneses são sempre "covardes", que se escondem entre a população civil, que "não os quer". Se eles dormem em suas casas, com suas famílias, a isso se dá o nome de "Covardia". Israel tem o direito de aniquilar com bombas e misseis os bairros onde eles estão dormindo. Isso se chama Ação Cirúrgica de Alta Precisão".

11) Os israelenses falam melhor o inglês, o francês, o espanhol e o português que os árabes. Por isso eles e os que os apóiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidades do que os árabes para explicar as presentes Regras de Redação (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama "Neutralidade jornalística" .

12) Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são "Terrotistras anti-semitas de Alta Periculosidade" .
Doze regras de redação da Mídia americana quando a noticia é do Oriente Médio


Fonte:http://www.cartacapital.com.br/app/index.jsp


E um texto de um judeu que vive em Israel.

O jornalista israelense Tom Segev é colunista do Haaretz e escreveu para o Washington Post esse artigo que O Globo reproduziu:

Um novo fatalismo

JERUSALÉM. Ao fim do 10º dia da operação de Israel na Faixa de Gaza, eu estava zapeando na TV.

As imagens se tornavam mais e mais horríveis. Então um amigo me ligou para falar que um canal estava transmitindo "Cristo no Monte das Oliveiras", de Beethoven.

Ao ouvir Beethoven na TV eu estava fazendo o que mais e mais israelenses tendem a tentar nestes dias: escapar das notícias e se refugiar em atividades culturais e não-políticas. Esse escapismo reflete o novo fatalismo israelense.

Pertenço a uma geração de israelenses que cresceu acreditando na paz. Ao fim da Guerra dos Seis Dias, de 1967, eu tinha 23 anos e não tinha dúvidas de que em 40 anos a guerra árabe-Israel teria acabado. Hoje, meu filho, de 28 anos, não mais acredita em paz assim como muitos israelenses. Eles sabem que Israel talvez não sobreviva sem paz, mas de guerra em guerra, eles têm perdido o otimismo.

Agora me vejo como parte dessa maioria de israelenses que não acredita mais na paz.

Acredito num melhor gerenciamento do conflito, incluindo diálogos com o Hamas, um tabu que precisa ser quebrado.

A necessidade do engajamento dos Estados Unidos tem me conduzido, assim como a muitos israelenses, a abrigar esperanças na administração de Barack Obama.

A coisa mais amigável que Obama pode fazer por Israel seria induzir o país a se voltar para sua proposta original: ser um Estado judeu e democrático.

O governo Obama poderá ser mais útil e ter mais sucesso tentando simplesmente gerenciar o conflito, mirando no mais urgente objetivo: fazer a vida mais suportável para israelenses e palestinos.




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Now playing: The Buzzcocks - Lipstick
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Direito de resposta do trema

Recebi por e-mail um texto sobre a reforma ortográfica que tem pouquíssimos defensores.
Seria uma carta do trema lamentando o seu fim.
"Prezados,

Não venho aqui encher lingüiça nem esbanjar uma eloqüência inconseqüente.
Estou tranqüilo quanto ao papel que venho desempenhando na sociedade, da
qual tenho sido vítima de ataques com freqüência.

Não sou menino. Vivi e vi muito. Desde 1943 perambulo por estradas e
ditongos da vida. Que o diga o U, este grande amigo cuja voz não me canso de
garantir neste mundo de crescente exclusão.

Diga-o também o Müller, outro grande defensor de minha carreira, bem como
todo o nobre povo alemão, este sim um apreciador do chucrute, da música
clássica e do legítimo trema germânico.

Ao ver decretada assim minha expatriação, penso nesse povo sem memória e sem
afeto. Desterraram seu último e apaixonado imperador e agora me trocam por
kas, dáblius e ipsilones representantes do imperialismo saxão. Sempre
suspeitei que minha morte ou exílio estavam sendo há décadas tramados por
alguém.

Não sabia se pelos comunistas, pelos socialistas, pelos capitalistas ou
pelos fãs de Marylin Manson. Agora eu sei. Foram os dáblius, esses vês
pervertidos que sempre andam de mãos dadas, em plena luz do dia. Caracteres
pederastas, esses dáblius. Pederastas e traidores. Quem me lê sabe se tem a
mão ensangüentada.

Espanta-me a hipocrisia destes mesmos abraçadores de árvores e defensores da
ecologia e do seqüestro de carbono tirarem dessa forma o acento e o acalento
dos pingüins. Agora eles têm de agüentar. Por um, por dez ou por cinqüenta
anos. Até o fim de tudo. Verão, na pele, a falta que um trema faz,
delinqüentes ortográficos, seres de índole eqüina.

Vou-me. Partirei de volta para o velho mundo, onde ainda há espaço para
tremas, lamparinas e fados tristes. Saio desta vida para a ubiqüidade."





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Now playing: Zombina & The Skeletones - Villain
via FoxyTunes

Mudanças no blog, a missão eterna

Lá estou eu de novo mudando o blog. Ainda não estou satisfeita, mas enquanto eu não aprender a fazer um template decente vou fazendo as pequenas alterações que o blogger oferece mesmo.
Aí em cima, uma imagem de uma casa inglesa do século XIII. Eu queria mesmo é uma imagem que represente uma casa do século VI, o do "Crônicas de Artur", mas como não achei... a preguiça venceu e aí está uma "casinha" (casinha é ironia, isso aí é uma casa grande) que só tem 7 séculos a mais do que eu tava pretendendo, nada demais =p