segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mais Teatro, Brasil! Dou a maior força.

Lendo o blog Livros e Afins, soube de uma blogagem coletiva cujo objetivo é ajudar a divulgar a campanha Mais Teatro, Brasil. Campanha esta de iniciativa  da Cennarium, empresa que transmite teatro via web.O objetivo dessa divulgação é a assinatura de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular em que se torne obrigatório, para os municípios com mais de 25 mil habitantes, que incentivem através de benefícios fiscais e etcs, construções de Centro Integrais de Cultura. O foco é o teatro, mas esses centro contariam também com cinema, biblioteca, sala de informática... enfim, um centro multimídia de cultura. Levando-se em conta que aproximadamente 95% da população brasileira nunca foi ao teatro e uns tantos também não tem acesso a cinemas, bibliotecas... pode até ser um projeto "sonhador", mas ficar só reclamando não dá, né.
Sempre fui contra a concentração de todo tipo que acontece no eixo Rio-São Paulo: especialmente por ser carioca, gostaria que todos tivessem acesso aos bens culturais que tão bem fizeram e fazem para a minha vida (e falo mesmo do Rio: "cultura", só da Tijuca à Barra - o resto da cidade que venha pra Zona Sul).Muito clichê, mas não tem como não ficar batendo na mesma tecla: enquanto só oferecermos cultura, educação e saúde para uns poucos nosso país não sai dessa imensa desigualdade, vamos continuar entupindo as grandes capitais com pessoas que ficariam nas suas cidades se tivessem melhores condições de vida. E cultura é melhor condição de vida (não viveria numa cidade sem cinema, teatro e bibliotecas nem a pau). Então, concordando comigo.... é assinar aqui.

Preconceito? Poupe-me, Igreja Universal.

Essa foto é de quarta-feira última, 21/4: Aterro do Flamengo paralisado por conta do evento da Igreja Universal na Enseada de Botafogo. Dois milhões de pessoas vindo para cá, numa região que não tem infra-estrutura pra isso. E vindo do Rio de Janeiro inteiro. Resultado: feriado infernal para a cidade INTEIRA, as organizações Globo logicamente aproveitando pra espinafrar a Universal (também, deram de bandeja um motivo) e a TV Record enchendo o saco, no seu jornalismo, acusando quem reclamou do evento de "preconceituoso contra evangélicos". Vamos aos fatos:
Quem não tinha nada a ver com o evento ficou revoltado porque não pode se locomover sem querer matar os fiéis que estavam no caminho (quem mora nos arredores do evento, como eu, tinha que enfrentar congestionamento até de pessoas (o que me deixou trancada em casa em pleno feriado). E mesmo quem foi ao evento (sendo da Universal ou não, os cantores gospel que se apresentaram não são DA UNIVERSAL, evangélicos de outras igrejas também os ouvem) enfrentou um trânsito infernal (gastando umas duas horas a mais do que o costume para o mesmo trajeto) e uma multidão insuportável, para ainda não ouvir direito o que lhes interessava (os cantores). Sim, ouvi isso de uma pessoa da Assembléia (que ainda por cima passou mal com uma tapioca que comeu por lá).
Então, Universal, a má repercussão não foi resultado de preconceito de quem não é evangélico. A cidade parou, da Av. Brasil em diante, por conta de um evento mal formulado. O local foi pessimamente pensado, a infra-estrutura então nem se fala. Eu, particularmente, aceito que a pessoa tenha qualquer crença.O que não aceito é ter a minha vida transtornada (e da minha cidade INTEIRA também) por conta de um evento mal formulado.Não me venha dizer que é campanha difamatória do grupo Globo....

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro

Hoje é o Dia Mundial do Livro, estabelecido pela Unesco em 1995 como forma de promover a leitura e de homenagear vários escritores mortos nesse dia, dentre eles:



1 - Miguel de Cervantes, em 23/04/1616  [Calendário Gregoriano]
2 - William shakeaspeare, em 23/04/1616 [Calendário Juliano]
3 - Garcilaso de La Vega, em 23/04/1616
4 - Jules Amédée Barbey d'Aurevilly, em 23/04/1889
5 - Gregório da Fonseca, em 23/04/1934
6 - Teresa de La Parra, em 23/04/1936
7 - Josep Pla, em 23/04/1981
8 - Bertus Aafjes, em 23/04/1993
9 - P. L. Travers, em 23/04/1996
10 - Paul Erdman, em 23/04/2007

(lista do blog Listas Literárias)

Como não podia deixar de ser, estou aqui homenageando um dos objetos mais importantes da minha vida: o livro. Foi lendo que descobri qual profissão seguiria, foi lendo que a minha curiosidade por religião se manifestou, graças aos meus gostos literários comecei amizades fantásticas. E, pra uma pessoa sem dinheiro pra viajar o mundo, como eu, que melhor maneira teria de conhecer diversos lugares (e não estou falando apenas visualmente, mas também culturalmente)? Ainda temos a chance de viajar no tempo com as ficções científica e históricas. 

Finalizando, link para um ótimo texto da Entre Livros: 30 mandamentos para ser leitor, escritor e crítico




quinta-feira, 1 de abril de 2010

Alice, o tempo e o gato

"Gatinho inglês [...] você poderia me dizer, por gentileza, como é que eu faço pra sair daqui?"
- Isso depende muito para onde você pretende ir - disse o Gato.
- Para mim tanto faz para onde quer que seja... - respondeu Alice
- ... contanto que eu chegue em algum lugar...- acrescentou Alice, explicando-se melhor.
- Ah, então certamente você chegará lá se continuar andando bastante - respondeu o Gato
Alice achou que não se podia negar isso; tentou, portanto, uma outra pergunta:
- Que tipo de gente vive por aqui?
- Naquela direção - disse o Gato, apontando com a pata direita -  mora um Chapeleiro e naquela direção - apontando com a outra pata - vive uma Lebre Aloprada.

Esse é um dos meus  trechos preferidos de Alice no País das Maravilhas - se não for o meu preferido. O Gato,que na continuação do trecho profere a famosa frase "We are all mad here", mostrou-se mais lúcido do que Alice - ao menos nessa parte do diálogo. Alice queria sair de onde estava, mas não importando o destino.Foi preciso que o Gato perguntasse a ela "mas afinal, o que vc quer?" para Alice parar e refletir - para finalmente fazer uma pergunta que conduzisse a uma resposta mais precisa.
Tal como Alice, é comum apenas caminharmos, sem parar para pensar para onde estamos indo. Reflexão correlata a outras duas: "de onde viemos" e "onde estamos".Perguntas aparentemente simples, mas que nos embolam se não as fazemos: ficamos perdidos como Alice.
Além das questões referentes à nossa história de vida, temos ainda outra referente ao tempo: quão bem o aproveitamos? Refletimos sobre o que estamos fazendo? Sobre como aproveitamos nosso tempo de lazer? Infelizmente, sob alguns aspectos, essa reflexão requer cada vez mais esforço para ser alcançada.O excesso de informações a que somos submetidos é um convite ao consumo rápido e pouco efetivo. Vamos a um exemplo de lazer: a música.
Quando eu era criança, e até os meus 13 anos de idade,eu tinha três opções para ouvir música: rádio, vitrola e fita K7. Aos 13, comecei a ter MTV em casa e tive meu primeiro CD player. Significa que até 1997, pra ouvir música, tinha que selecionar o vinil ou a fita,ouvir um lado, pausar pra trocar e depois ouvir o outro. Se quisesse ouvir uma música específica, teria que procurar a dita. Informações sobre música? MTV, revistas e fanzines. Quanto tempo desperdiçado, pode parecer. Mas será mesmo?
Treze anos depois,a forma de se consumir música mudou de tal forma que sou dinossáurica para meus irmãos de 16 e 19 anos (Fausto, o de 20, cresceu com vinil, compra CD... =])LP? K7? E até... CD? Revista de música? Jornal? Fanzine impressa? Se por um lado "perde-se" menos tempo para se chegar a uma música, a uma informação, por outro o tempo de "degustação", digamos assim, pode estar muito menor. Agora mesmo, no meu MP3, estou com mais de 500 músicas: +/- 24h de música. E quantas eu sei a letra?De quais bandas eu realmente conheço a trajetória? Se eu não lembrar o quanto essas informações eram importantes para mim há 10 anos atrás, vou ficar ouvindo sem escutar.. se eu não tivesse me tocado o quanto não estava prestando atenção no meu tempo dedicado para a música, mais seria cada vez menos...
E você, como lida com seu tempo?