Então, como todo mundo (ou quase todo mundo) sabe, as editoras estão no momento fazendo vários livros de listas de produtos culturais que teríamos que consumir: livros, filmes, álbuns. Claro que não são listas puras e simples, mas cada indicação tem uma resenha de um especialista dizendo porque tal é essencial conhecer tal obra. A princípio, tudo contra esses livros. Primeiro porque são europeus/norte-americanos, o que garante um privilégio na escolha de obras realizadas no dito Primeiro Mundo. Ainda tenho uma segunda objeção: não acho que nenhuma, mas nenhuma obra mesmo, seja de consumo obrigatório - mesmo os clássicos "universais". Ninguém é obrigado a ouvir, ler ou assistir nada somente porque aquilo é considerado um clássico. Aliás, a melhor forma de se afastar alguém de uma leitura (eu pelo menos) é dizer que a pessoa é obrigada a ler algo para ser considerada isso ou aquilo. Leio, vejo, ouço se tiver vontade, simples assim. Se for um clássico, legal. Se for uma obra boba e recente, idem. O que mais me importa é se eu gostei/me diverti. Mas se alguém que me presenteie quiser me dar um desses livros/listas de presente eu nem vou me queixar. Só não vou gastar meu rico dinheirinho.
Enfim, todo esse preâmbulo para resenhar outra coisa: um Book Journal (caderninho de anotação sobre o que lemos, emprestamos, etc) baseado num desses livros: o 501 Must-Read Books - que eu não tenho, aliás. Comprei o Book Journal na Livraria da Travessa um dia qualquer esse ano e deixei encostado, sempre me prometendo que ia inaugurar o dito cujo, o que fiz hoje (com resenha do livro Conhecendo o Islamismo - próximo post aliás). Tendo feito o meu primeiro uso efetivo dele, resolvi propagandear e resenhar.
O caderno é dividido em cinco partes: lugar pra resenhar os livros lidos (em que aparecem capas de livros clássicos e pequenas informações curiosas), lista de livros emprestados, lista de livros que pegou emprestado, lista de livros que quer ler, a lista dos 501 livros listados no livro que originou o Book Journal. Fiquei encantada quando vi essas sessões na livraria, um caderno sob medida para organizar as, leituras, os livros e ainda com dicas. É realmente uma boa idéia. Vamos então às críticas: só tem espaço para míseras 57 resenhas, o que é bem pouco para quem tem hábito de leitura. Só nesse ano já li uns18 livros, e estamos na metade do ano. A continuar nesse ritmo, vou ler uns quase quarenta em 2010, o que mata o espaço de resenhas do caderninho em menos de dois anos. Se em torno de dois anos o espaço para resenhas vai acabar, o mesmo não vai acontecer com os espaços de organização da coleção: livros emprestados e pegos com outros, livros que quero ler. Essas listas são enormes, e certamente vão ser fonte de organização por bastante tempo.No final do caderno, a lista dos 501 livros, com quadradinho para checar se já leu (até agora li 16 e comecei a ler - ou li trechos - de 10). Como eu disse no começo sobre esses tipos de livros (Must-qq coisa), a lista é bem centrada na Europa e nos EUA, embora conte com algumas indicações aqui e ali latino-americanas, asiáticas e africanas. Enquanto muitos autores faltaram, alguns se repetiram - se produziram mais de um clássico, ótimo, mas porque não ceder espaço a outro que não constava ainda.
Sobre o espaço pra escrever a resenha: tem espaço para o título, o autor, a data em que leu e a cotação de 1 a 5 estrelas e claro para escrever o texto. O caderno tem o tamanho de um pocket da penguin, o que faz o espaço para escrever bem curto - até para uma pessoa com textos sintéticos como eu. Em algumas páginas, em que a seguinte é ocupada com uma ilustração de capa de livro, o espaço que já era pequeno (duas páginas de um pocket) fica menor ainda, o que faz o desafio da escrita ser maior ainda.
Nota final? Três de cinco. Não fosse o espaço para apenas 57 resenhas e o tamanho de pocket (que por outro lado é bom de carregar pra qualquer lugar), eu compraria sempre. Apesar de gostar muito de internet, e de escrever aqui, ainda tenho isso de analógico: para mim, nada como papel e caneta. Em geral, escrevo melhor - ainda que seja só o esqueleto de um texto - quando escrevo usando papel e caneta. Gosto de ver fisicamente os meus textos reunidos num só lugar. Então sim, vou usar bastante como esqueleto das resenhas de livros que for apresentar aqui. E quando o espaço para resenhas acabar, vou usar para a organização da biblioteca, para checar quais dos 501 livros que eles indicam eu li. Quem sabe algum dia não chego aos 501...
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