sábado, 31 de julho de 2010

Harry Potter

Ontem eu reli O Pequeno Príncipe, e estava planejando falar dele aqui hoje. Mas abandonei o plano por um motivo de força maior: aniversário da J.K Rowling e do Harry Potter. Lendo esse post aqui sobre a importância da série na vida de uma amiga, me toquei: não tenho como não escrever homenageando também. Essa minha amiga é 5 anos mais nova do que eu, e começou a ler a coleção pela primeira vez quando estava na faixa etária indicada pra eles  tinha 10 anos. Ela tinha o mesmo problema social que eu tinha aos 10: só ela da sala dela gostava de ler, as outras meninas querendo ser adolescentes antes da hora.Resultado: isolamento relativo, que se resolveu com o tempo, com amizades mais velhas, de pessoas com interesses semelhantes. 

Eu comecei a ler na mesma época que ela, mas eu tinha 5 anos a mais: 15 anitos. No auge da minha arrogância adolescente, implicava feito o que, com a "modinha". Mas meu irmão, hoje com 20 anos, estava com 9 e era um menino que não gostava muito de ler até... dentre outros, conhecer Harry Potter. E tem leitura melhor prum moleque de 9 anos? Não. Ele insistiu, insistiu, e lá fui eu ler os dois primeiros livros. Pra ficar completamente viciada.Acho que li os quatro primeiros livros umas 3 vezes cada, e por uma razão muito simples: os livros nos fazem sonhar com um mundo bem próximo ao nosso, e fazendo referências a várias mitologias que eu sempre adorei (o tal do Monteiro Lobato me ajudou a ter curiosidade precoce por mitologia, aos 15 já pescava as referências da J.K. Rowling). Não só isso, como a paixão que os livros me suscitaram na época me lembrou muito a paixão literária da minha vida: o Monteiro Lobato. 

E não é só isso que agradeço a ela, a manter meu interesse pela leitura numa época em que estava lendo relativamente pouco. Ela me fez um bem danado como leitora, mas fez bem também a dois dos seres mais preciosos da minha vida: a Luisa e o Fausto - ou a minha lindinha que hj tem 19 anos e o marmanjo de 1,87 de 20 anos. São meus irmãos mais novos, e SEMPRE fui coruja, e imagina ver seus irmãozinhos lendo um livro com tanto gosto, e ficar mais próxima deles por conta de uma série fantástica de livros.

É, porque livros não são apenas histórias que nos fazem imaginar enquanto lemos. Livros são objetos que aproximam pessoas, e agradeço a esses objetos -hoje simbolizados por essa série tão cara a mim - amizades virtuais que saíram do virtual (como essa minha amiga do início do post), estreitamente de laços com parentes, amizades outras que começam com "a, vc gosta desse personagem?eu prefiro o outro...". Fica então a homenagem à J.K. Rowling, que nos faz sonhar nos ajuda - olha só - nas nossas relações pessoais.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Os meus tumblr

Depois de bastante resistir: " pra que fazer um tumblr, se tenho blog, tumblr não serve pra muita coisa...." eu fiz...DOIS!! Descobri que o tumblr é uma ótima maneira de fazer clipping de coisas interessantes na internet: textos, fotos,citações,links, conversas,áudios e vídeos. E que é muito melhor e mais prático fazer esse clipping no tumblr do que aqui no blog. Por que fiz dois? Por que um é clipping para coisas gerais e o outro uma homenagem ao escritor responsável por eu ser o que sou: Monteiro Lobato.

O Casa da Ceinwyn (sim, continuo sem criatividade nenhuma), eu fiz como um prolongamento desse blog aqui. Tanto que a descrição dele é : Agora também no tumblr, Casa da Ceinwyn versão clipping do que acho de bom na internet.
Ele não vai ser apenas um clipping de coisas aleatórias, mas também um meio de manter meus queridos leitores informados do que tenho feito por aí. Afinal, tenho planos (ainda não concretizados) de participar de alguns sites por aí, e quando os planos se concretizar eu divulgo por lá. 


O Monteiro Lobato Clipping é um clipping do meu escritor preferido de todos os tempos. E olha que ainda não li a obra adulta dele. Mas a obra infantil dele me influenciou de tal modo que falo de boca cheia que sou o que sou hoje graças a ele. O clipping é uma forma de dar vazão a isso. Monteiro Lobato é o único artista da história que eu não aceito que falem mal, de tanto que gosto. Junto com Tolkien, são os únicos caras que eu posso dizer: SOU FÃ.


Edit: quando eu fiz os tumblr, eu não tinha visto o botão que permite fazer mais de um usando a mesma conta, então fiz em duas contas diferentes. Se alguém tá seguindo já o feed do Monteiro Lobato, mudei o link que lá está para o corrente.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Homenagem

Ontem um dos homens mais importantes da minha vida fez 80 anos: meu padrasto. Eu nem ia escrever nada sobre isso aqui, porque afinal de contas é uma data pessoal, e não gosto muito de escrever coisas íntimas no blog. Mas não deu, quando eu li um texto de um amigo dele em homenagem ao mesmo: vou aqui escrever o meu próprio texto e transcrever aqui o texto do Zé Carlos (o José Carlos de Azeredo eu não sei direito quem é). 

Então, começando: desde os meus 4 anos de idade (eu tenho 26), tenho por padrasto um cara que eu chamo simplesmente de Café. Professor doutor titular emérito da UFRJ, no Currículo Lattes e nos livros publicados (um deles no prelo, no momento), ele é o Edwaldo Cafezeiro. Lindo nome, pomposo. Mas esse aí eu não conheço muito bem não. O que eu conheço brincava comigo quando eu era pequena falando que se eu não comesse tudo virava Collor. Fez a maior força pra eu entrar pro CAp da UFRJ, sempre que pode me dá livros, me dá maior força pra eu seguir os trilhos dele - graduação, mestrado, doutorado. Dono de uma biblioteca imensa, um grande inspirador pelo amor ao livros, à leitura, ao estudo. Uma abertura e uma curiosidade intelectual que daria muita inveja a alguns colegas de pós, muito mais jovens do que ele. E isso tudo tendo saído do interior da Bahia, ido pra São Paulo jovem, com uma mão na frente e outra atrás, e, olha olha olha, professor de português (depois de abandonar Direito) Um exemplo de vida, de curiosidade intelectual, um grande pai. Agora, aos 80 anos, 4 filhos (eu, enteada, inclusive), 5 netos, mereceu duas festas surpresa de responsa em sua homenagem: uma em casa e outra na Faculdade de Letras da UFRJ. Infelizmente, só pude comparecer a uma delas. E para a outra, um amigo dele que vez ou outra vejo (o  Zé Carlos, que falei  acima) escreveu isso aqui, que adorei ler e copio abaixo:

Eu procurava um início para estas rápidas palavras sobre Edwaldo Cafezeiro, e me vieram à lembrança uns versos bem conhecidos de um conterrâneo seu, compositor ilustre: "Meu caminho pelo mundo/eu mesmo traço/A Bahia já me deu/régua e compasso." Tento apreender flagrantes da atividade intelectual e profissional de Cafezeiro na moldura dessa metáfora, mas eles resistem à rigidez do traço, à nitidez do contorno, à linearidade das bordas. Não foi por artes das circunstâncias que Cafezeiro reuniu em sua trajetória o interesse pelas questões políticas do teatro brasileiro e a investigação dos mecanismos da metafonia na formação do português,temas de gêneros tão diversos. Em ambos ele exercitava o gosto pela investigação da mudança, pondo em xeque a eficácia de certos instrumentos de descoberta que garantiam a precisão dos resultados. O compasso e a régua, se os recebeu de sua terra, certamente lhe serviram para traçar, às vésperas de completar 80 anos, os limites entre o que está feito e o que está por fazer. E, para tanto, outros 80 anos ainda seria pouco.

terça-feira, 13 de julho de 2010

I love Rock and Roll

Como eu disse na descrição sobre a minha pessoa, sou apaixonada por rock desde criancinha. Sendo assim, no Dia Mundial do Rock, não poderia deixar de postar, aqui na minha casa, uma homenagem ao meu estilo musical preferido.

Tem gente que acha que comemorar a data não é uma atitude nada rock and roll, mas e daí? Problema é de quem acha isso. Eu gosto de comemorar e de relembrar o motivo da data: o concerto beneficente de rock realizado há exatos 25 anos para ajudar os famintos da Etiópia. Ok ok, essa comemoração relembra um dos clichês sobre rock and roll: rock é atitude, blá blá blá. Não gosto do clichê, mas alguns "rockeiros" (ô adj. horrível) como Bob Geldof, bem merecem esse epíteto de "rockeiro de atitude".

Gostando ou não dos clichês, sempre aproveito a data para ter um "motivo" de exaltar meu tipo de música preferido. E, em tempos do filme sobre o grupo punk feminino Runaways, ótimo dia para celebrar uma música ótima e mega clichê, "I Love Rock´n´Roll", do Joan Jett & the Blackhearts. Minha pequena porção feminista adora a Joan Jett, o fato dela ter sido uma das primeiras mulheres a entrar no clube machista do rock e peitar a macharada - mulher gosta e faz rock de boa qualidade sim, senhor. E a letra é atemporal para as amantes de rock... ^.^

Abaixo, o vídeo e depois a letra (e no final do post uma dica de link):




I saw him dancing there by the record machine
I knew he must have been about 17
The beat was going strong, playing my favorite song
And I could tell it wouldn't be long till he was with me
Yeah with me
And I could tell it wouldn't be long till he was with me
Yeah with me

CHORUS
Singin' I love rock and roll
So put another dime in the jukebox baby
I love rock and roll
So come on take some time and dance with me

*OOWW*

He smiled so I got up and asked for his name
but that don't matter he said cuz it's all the same
I said can I take ya home, where we can be alone
And next we're moving on and he was with me
Yeah me
And next we're moving on and he was with me
Yeah me

CHORUS

I said can I take ya home where we can be alone
And next we're moving on and he was with me
Yeah me
and we'll be moving on and singing that same old song
Yeah with me

CHORUS 5 times



Ótimo post: MEIA PALAVRA INDICA: LIVROS PRA LER NO DIA MUNDIAL DO ROCK

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meu ex libris


Para quem não sabe, 

Ex libris é uma expressão latina que significa literalmente dos livros empregada para determinar a propriedade de um livro. Portanto, ex librisé um complemento circunstancial de origem (ex + caso ablativo) que indica que tal livro é "propriedade de" ou "da biblioteca de".
A inscrição pode estar inscrita numa vinheta colada em geral na contra capa ou página de rosto de um livro para indicar quem é seu proprietário. A vinheta em geral contém um logotipo, brasão ou desenho e a expressão "Ex libris" seguida do nome do proprietário. É possível que contenha um lema, ou citação.
Inscrições de propriedade em livros não eram comuns na Europa até o século XIII, quando outras formas de biblioteconomia se tornaram comuns. No Brasil, o "ex-líbris" da Biblioteca Nacional foi criado em 1903 pelo artista Eliseu Visconti, responsável pela introdução do art-nouveau nas artes gráficas do País.
É, isso mesmo, tirei da Wikipedia . Preguiça mor de escrever a descrição. Mas tudo bem, não é a descrição que interessa: AMO livros, e tudo relacionado a eles - estantes, marcadores de livros,ex libris. Há tempos queria fazer um ex libris pra mim, mas a inspiração me faltava, e eu não estava querendo pedir pra ninguém fazer. Estava quaaaase pedindo para um conhecido, quando.... me veio a surpresa: a imagem ali acima.

Não sei se todos que leem esse blog sabe, mas sou frequentadora de fóruns de discussão há quatro anos. Bom, como qualquer agrupamento humano, tive aborrecimentos mas também gratas surpresas ao longo desse tempo, e o ex libris ali de cima veio de uma dessas surpresas. Como a Indily bem sabe, eu não ia com a cara dela. Flooder (pra quem não sabe, quem posta muito e sem conteúdo), miguxa... tinha tudo pra eu não ir com a cara dela. Mas ela foi com a minha, e numa bela noite, numa conversa de msn... descubro que essa paranaense baixinha e gata adora piadas escatológicas! Fiquei bege. E amei. Acho que todas as mulheres do mundo têm que gostar de piadas escatológicas. Adoro descobrir uma, e fomos conversando, conversando... e agora ela pertence à estranha categoria "amigos de internet" que descobri ser possível existir nesses quatro anos. Agora, em 2010, vamos nos encontrar pessoalmente pela primeira vez, e nos falamos bastante há um ano já. E pra quem acha que "amizade de internet" é impossível de acontecer, olhem só: trocamos impressões sobre a vida e pessoas uma com a outra, assim como conversamos sobre conversas íntimas e.... olha só o que ela fez: viu num tópico que eu queria um ex libris e, de surpresa, fez um só pra ver meu sorriso pela webcam. Amei, Ly (e olha que nem pretendia fazer esse testamento em sua homenagem, mas as palavras foram fluindo...)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

World History, Wikipedia e Skoob: Alinde colaborando


Estava eu lendo meu Google Reader quando me deparei com a notícia, num blog de tecnologia, sobre uma mapa da história mundial interativo. É, isso aí: usuários do mundo todo marcando, pelo mundo, datas, lugares, pessoas que tiveram/têm importância pra História. O site, World History, é americano e todo o seu conteúdo em inglês - percebe-se isso de cara, pois a página inicial do site é a sua localização (no caso, Rio de Janeiro). Preciso dizer que amei? E que vou participar? Boa oportunidade pra treinar a minha escrita e ainda por cima informar... (se bem que estou pensando em adicionar conteúdo nas duas línguas... afinal a nossa é uma das maiores do mundo.O que acham?)

Decidindo colaborar no World History, decidi colaborar na Wikipedia em português também. Todo mundo que usa a Wikipedia sabe que a versão em português é mínima, ainda mais se comparada com a correspondente em inglês. Além de ser mínima, é ocupada majoritariamente pelos portugas. Nada contra os lusos, pelo contrário. É que acho que os brasileiros inteligentes (nos quais me incluo, detesto falsa modéstia) têm que parar de só reclamar da inclusão digital, que mancha a imagem do país, que só os americanos contribuem para Wikipedia e começar a botar seus cérebros e dedos para colaborar mais. Assim, decidi colaborar na Wikipedia também.

Fechando meu post sobre colaborações minhas na internet, vamos ao Skoob (rede social para quem gosta de livros). Pra quem não sabe, é um site em que registramos o que lemos, que queremos ler, as resenhas do que lemos, entre outras coisas relacionadas ao mundo do livro. Eu mesma adoro resenhar, como pode-se notar por aqui, e todas as minhas resenhas que estão aqui estão por lá também. Vou continuar colocando minhas resenhas aqui e lá, e estou pensando em deixar as resenhas de livros técnicos (leia-se, História, Pedagogia, etc) somente para lá. Apesar do subtítulo do blog ser "Lugar de História e Cultura", estou pensando cá com meus botões que a parte de História do blog é para ser pra não historiadores, com um conteúdo mais voltado para dar pequenas informações históricas. Acho que resenhas de livros técnicos só interessam a historiadores e APAIXONADOS por História, tendo feito faculdade de humanas ou não. Por isso, acho que vou deixar as resenhas no Skoob e anunciar aqui as publicações, o que acham?

Ali ao lado o box para opinarem sobre o melhor lugar para as resenhas, mas não se acanhem: comentem também, opinem sobre textos em português na World History. Seja quais forem as minhas decisões, uma coisa é fato: de tempos em tempos venho aqui mostrar as minhas colaborações internet afora.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Panorama dos Quadrinhos Contemporâneos na Alemanha

Esse final de semana terminei de ler o Panorama dos Quadrinhos Contemporâneos na Alemanha, que comprei mais ou menos na virada desse ano. Comprei o livro porque sou uma curiosa nata, pura e simplesmente. Tenho grande curiosidade e simpatia pela cultura alemã, e quando bati o olho neste livro, na livraria Blooks, não tive como não comprar. Ainda mais porque além de ter curiosidade pela cultura alemã  adoro quadrinhos e charges, e sempre que algo diferente se mostra na minha frente eu fico com vontade de ler. 

A sinopse oferecida pelo site do livro: 
Fruto de um trabalho originalmente acadêmico de uma disciplina da Faculdade de Letras da UFMG, o Panorama dos Quadrinhos Contemporâneos na Alemanha reúne uma seleção de autores de grande repercussão na Alemanha, mas desconhecidos do público brasileiro e latino-americano. Nomes como ©Tom, Joscha Sauer, Harm Bergen, Werner podem soar estranhos ao público leitor habitual de quadrinhos no Brasil, mas são nomes bastantes conhecidos em seu país de origem, a Alemanha. Essa edição iniciou-se como uma disciplina do curso de graduação em alemão da FALE/UMFG e avançou para além dos muros da universidade. Orientados pelo prof. Dr. Georg Wink do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) 17 alunos-tradutores escolheram e traduziram as 200 páginas do qual essa edição faz parte, em um período recorde. 

Sendo um panorama geral, não há como criar espectativas sobre o que encontrar no livro: são 17 autores de diversas regiões, com produções de diversas épocas, o que garante a heterogeneidade - não apenas de tempo e de espaço, mas também de tipos de quadrinhos (charge, tiras, breves histórias) e de temáticas. Não se pode ainda esquecer das diferenças entre os traços - a única semelhança entre eles é que nenhum é infantil. 

Infantil é um adjetivo que de forma alguma pode ser usado para caracterizar esse panorama, aliás. É um livro para adultos, do começo ao fim. Grande parte dos quadrinistas apresentados têm humor ácido, feroz mesmo. As temáticas são todas adultas, mesmo quando os personagens são crianças. Sexo, drogas, política, religião: nada de infantil por aqui.

Claro que numa coletânea com vários autores nem todos se destacam positivamente, alguns passam em branco, outros eu preferia não ter lido. Mas, no geral, o livro rende boas risadas, algumas boas descobertas, e nenhuma tradução descontextualizada: os tradutores escolheram muito bem o que traduzir, sem hermetismos que apenas alemães entenderiam. Alcançaram com sucesso a missão de apresentar a cultura alemã para não alemães, fazendo com que se queira buscar por mais.

Falando na tradução, só posso imaginar o trabalho que tiveram. Fiz um semestre de alemão instrumental, sei pouquíssimo da língua e da cultura alemães. E é o suficiente para saber o quanto deve ter sido difícil para eles transpor a cultura pop alemã para brasileiros, procurando por equivalentes nossos a expressões próprias deles. E aqui fica o meu maior elogio: ficou fantástica mesmo a transposição, mesmo com as nossas expressões substituindo as deles (que de forma alguma poderiam ficar sem tradução), os textos ficaram compreensíveis e ao mesmo tempo as diferenças culturais demarcadas. E quer elogio melhor para uma tradução?

Ah como eu queria ter domínio da língua alemã para ler os sites dos autores alemães... na introdução de cada um dos quadrinistas, foram apresentados uma sinopse da carreira de cada um e o endereços dos sites. Infelizmente, todos em alemão. Infelizmente, alemão pode ser lindo (eu acho), mas a minha competência para ler cultura pop alemã no original vai demoraaar pra vir. Uma pena.

Nota 4 de 5 (só porque não gostei de tudo que li, mas a edição está fantástica).

PS: finalizando com duas dicas de sites: O de divulgação do livro e o site alemão para a comunidade lusófona. 


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Conhecendo o Islamismo

Li esse livro para o mestrado, por indicação da minha orientadora. Estando ainda no primeiro período do curso, li o texto por ser uma apresentação básica ao islamismo - leitura necessária para mim, já que pretendo estudar um dos aspectos da religiosidade islâmica: a santidade (que, já sei, é uma noção bem controversa dentro da religião). Como eu escrevi no último post, esta resenha é a primeira que faço no emeu Book Journal - no caderno, só tive espaço pro esqueleto - e aqui ampliei e melhorei um pouco.
O pequeno livro de 100 páginas é uma boa introdução ao islamismo. Dividido em nove capítulos (origens e desenvolvimento histórico,aspectos do divino, textos sagrados, pessoas sagradas, princípios éticos, espaço sagrado, tempo sagrado, morte e vida após a morte,sociedade e religião), conta ainda com glossário, índice dos principais termos e bibiliografia.

A linguagem é simples, mas não simplória, e os termos próprios do islamismo são bem explicados.Mesmo sendo um pequeno livro introdutório, os aspectos de religião e religiosidade são bem apresentados,deixando um gostinho de "quero mais". Além desses aspectos, é apresentada brevemente, ao longo do livro,a história e o desenvolvimento da religião. Sendo o livro tão curto, nada é aprofundado - nem mesmo as questões polêmicas - mas a bibliografia ao final(toda em inglês) direciona a um aprofundamento. Senti falta de explicações dos símbolos - como o crescente, por exemplo.

A apresentação não deixa de ter falhas. Uma delas é que alguns temas polêmicos são citados, mas só. O que é ruim, por exemplo, quando se fala sobre a posição da mulher na sociedade: como o espaço é curto, não há espaço para aprofundamento. Sendo assim, quase não se explica nada e somos obrigados a recorrer a bibliografia. O livro sendo de um americano,a bibliografia está em inglês, o que dificulta para alguns. Outra falha é que alguns capítulos são curtos demais, quase não informam nada. Em defesa do autor, o livro faz parte de uma coleção de pequenos livros introdutórios a diversas religiões - como o budismo, ou o hinduísmo - o que leva a crer que a organização dos livros é padronizada, não dando muito espaço de manobra para os autores.

Resumo da ópera, é um bom livro introdutório, mas se fosse maior seria melhor. Com a bibliografia, é possível se aprofundar nos pontos em que se sente falta. A bibliografia é toda em inglês, mas sendo o autor americano não iria ser muito diferente. Cabe a mim e a outros malucos que resolveram se aventurar nessa seara do islamismo produzir mais bibliografia. Enquanto isso não acontece, fiquem com este aqui e os outros que vou lendo e resenhando por aqui(ainda são poucos, mas cada vez mais se publica sobre islamismo aqui no Brasil).

Nota 3 de 5.