quarta-feira, 24 de março de 2010

Somos o que gostamos?

Todo fã de artes se depara com essa pergunta, mais cedo ou mais tarde: quanto nossos gostos definem o que somos? Ou seria o contrário: quem somos define o nosso gosto? Acredito que o que somos define o nosso gosto, mais do que o contrário. Acho que uma pessoa demasiadamente agitada dificilmente gosta de sentar por mais de duas horas quietinha, lendo - por exemplo. E gosto não define caráter.
Mas sim, de algumas formas nossos gostos participam da nossa formação como pessoas. Letras de música, filmes, livros, podem ser grandes pontapés de reflexão sobre a vida, sobre o mundo - claro, quando se propõe a refletir. Especialmente música e especialmente com a expansão da troca de arquivos, só quem se interessa mesmo por música absorve o que ouve.
Nossos gostos não são apenas pontapés para reflexões, mas para nossos passeios (quando podemos): que cinema frequentamos, que lojas, que shows, até mesmo que casas de shows e bares. Geralmente também impulsionam amizades e demais relações.
Apesar de grande impulsionadora para várias coisas na vida, as artes ajudam a nos definir, mas não têm a importância que muitos atribuem. Se um dos sentidos de se viver é apreciar o que de belo se tem produzido ao longo da História, esse não é o único. Se são uma forma de aproximar pessoas, podem também afastar - quantas pessoas são definidas como "não interessantes" apenas por terem gostos muito diferentes (responda com honestidade aqui)? 
Gosto não define caráter, personalidade, solidariedade. E essas são as coisas que carregamos mais fortemente nas nossas relações, nas nossas vidas. Então fica aqui a dica pra não levar gostos artísticos tão a sério - ninguém fica necessariamente melhor ou pior por gostar disso ou daquilo. E digo isso porque já levei essa questão a sério demais, até perceber que não são as leituras, as músicas, que definem, mas a forma como as pessoas as absorvem - e até perceber que pessoas "incultas" podem ser bem mais interessantes do que pessoas "cultas"...


3 comentários:

Taliesin disse...

Olá estou chegando por aqui pela primeira vez, seu blog é muito legal, realmente somos o q gostamos, ou o q gostamos reflete o q somos, e vejo temos algo em comum, pois meu nick é Taliesin, mas uso derfel no meu hotmail, Seren a forma carinhosa de Derfel a Ceinwyn.
beijos

CECILIA RANGEL disse...

Desculpe, mas justamente por tudo isso é preciso levar a sério os nossos gostos e também os gostos alheio.
Ter espírito crítico é fundamental, mas ter consciência de que nossa opinião não resume nenhuma verdade única e geral é mais fundamental ainda.
Beijos da Tia!!!!!!!!

L.S. Alves disse...

Gosto é igual bunda cada um tem a sua. Pelo menos já diz a sabedoria popular. O problema grave fica naqela palavra que volta e meia vemos por aí. Preconceito. Emo, metaleiros, pagodeiros, etc. As vezes as pessoas esquecem que atrás de um gênero musical existe um ser humano com com qualidades e defeitos.
Talvez as pessoas não frequentem os mesmos lugares, o que não impede que possam sentar-se e passar um tempo agradável conversando. Pra variar o equilibrio e a educação são os ingredientes necessários para um convívio harmonioso.
Um abraço moça.
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coleti